Logotipo da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro Logotipo do Governo do Estado do Rio de Janeiro Logotipo do Facebook Logotipo do Twitter Logotipo do Instagram Logotipo do YouTube

Institucional

ICCE publica artigo em renomada revista científica do Japão

Fotos: Divulgação

ASCOM - Assessoria de Comunicação
16/09/2020 14h20 - Atualizado em 16/09/2020 14h20

O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que integra a Secretaria da Polícia Civil (SEPOL), publicou, em julho deste ano, um artigo científico na revista Forensic Toxicology, uma das mais renomadas publicações científicas do japão. O trabalho foi o fruto de um acordo de cooperação técnica firmado com o Instituto de Química da UFRJ (IQ/UFRJ) e peritos da Instituição. A parceria nasceu da necessidade de estabelecer metodologias analíticas para uma série de drogas sintéticas apreendidas pela Polícia Civil. Entre elas destacam-se as catinonas sintéticas.


“O termo catinona sintética é usado para descrever uma categoria de novas substâncias psicoativas (NSP) comumente apreendidas no estado do Rio de Janeiro na forma de comprimidos, cristais e pó. Devido à enorme diversidade molecular desta classe, pouco se sabe sobre sua toxicologia ou vias metabólicas” explicou a perita criminal Adriana Sousa de Oliveira (ICCE).


De acordo com a perita, uma das autoras do artigo, o estudo do metabolismo das catinonas é fundamental na toxicologia forense e está sendo realizado no Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD-IQ-UFRJ), após assinatura do acordo de cooperação técnica entre o DGPTC/SEPOL e o Instituto de Química da UFRJ.


Ela explica que o principal objetivo do artigo é a avaliação do metabolismo das novas drogas identificadas no Rio de Janeiro. “Para isso, a droga foi adicionada em recipiente contendo água e o peixe-zebra ou zebrafish (Danio rerio), em um experimento denominado Zebrafish Water Tank (ZWT). Após um determinado período, alíquotas da água contendo as excretas dos peixes e metabólitos das drogas são coletadas e analisadas por técnicas analíticas de alto desempenho. O ZWT foi capaz de mimetizar o metabolismo humano observado para N-etilpentilona, etilona, α-PVP e 4-CDC”, comentou a perita do ICCE, Luciana Silva do Amaral, outra autora do artigo, ao informar que o modelo ZWT foi implementado no LBCD/IQ/UFRJ com o objetivo de investigar o metabolismo de xenobióticos dispensando o uso de voluntários humanos.


O perito criminal do ICCE, Marco Antônio Martins de Oliveira, comentou que “novas drogas sintéticas têm sido comercializadas em grande escala em nosso Estado. E o desenvolvimento de exames para identificá-las não é rápido ou barato, por isso a necessidade de parcerias como essa estabelecida com o IQ/UFRJ. Este estudo é importante para apoiar descobertas analíticas em toxicologia forense, considerando que tais metabólitos não estão comercialmente disponíveis. Seus resultados irão facilitar em muito a análises toxicológicas efetuadas pelo IML. Por fim, essa abordagem – o ZWT - se mostra bastante simples, direta, de custo extremamente baixo e rápida para estudos metabólitos de catinonas sintéticas.


O artigo sobre o trabalho desenvolvido foi publicado na Revista Forensic Toxicology em 22/07/2020, podendo ser acessado no link https://link.springer.com/article/10.1007/s11419-020-00543-w e possui a autoria, além dos peritos do ICCE, também do perito criminal Denilson Soares de Siqueira (CEPF), do perito criminal federal João Carlos Ambrósio e de diversos pesquisadores do LBCD/IQ/UFRJ.