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Polícia Civil prende jovem que utilizava plataforma na internet para cometer violência sexual e induzir crianças e adolescentes ao suicídio e automutilação

Fotos: Divulgação

ASCOM - Assessoria de Comunicação
04/07/2023 10h24 - Atualizado em 04/07/2023 10h24

Policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) deflagraram, nesta terça-feira (04/07), a "Operação Dark Room 2" (Quarto Escuro). Os agentes cumpriram um mandado de prisão e três de busca e apreensão contra um jovem, de 19 anos, apontado como criador do principal grupo da plataforma Discord, na qual os integrantes praticavam estupros virtuais e induziam crianças e adolescentes ao suicídio e automutilação.

Ele foi preso em Teresópolis, na Região Serrana, escondido na casa da avó. Segundo as investigações, na plataforma, o jovem utilizava o apelido “King”, que significa "Rei" em inglês. A operação também foi realizada no município de Cachoeiras de Macacu.

Na 1ª fase da "Operação Dark Room", deflagrada na última terça-feira (27/06), dois adolescentes foram apreendidos nos municípios do Rio de Janeiro e em Volta Redonda. Um deles, de 17 anos, localizado em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste da capital, era considerado um dos principais líderes do grupo.

As investigações começaram em março deste ano, após compartilhamento de dados de inteligência com a Polícia Federal e polícias civis de diversos estados do país. Durante a apuração, a equipe da DCAV constatou os crimes cometidos por jovens e adolescentes por meio da plataforma Discord, um aplicativo de comunicação com suporte a mensagens de texto, voz e chamadas de vídeo.

Sobre a plataforma

O programa foi concebido inicialmente para a comunidade “Gamer” e se popularizou entre os jovens e adolescentes, em que usuários com interesses comuns se reúnem para se comunicarem. De acordo com as investigações, três servidores da plataforma Discord eram utilizados por um grupo de jovens e adolescentes de várias regiões do país para cometerem atos de violência contra animais e adolescentes, além de divulgar pedofilia, zoofilia e fazer apologia ao racismo e nazismo.

Os agentes obtiveram vídeos em que animais são mutilados e sacrificados como parte de desafios impostos pelos administradores (líderes) como condição para membros ganharem cargos, o que se traduzia em permissões e acesso a funções dentro do grupo. A maioria das ações era transmitida ao vivo em chamadas de vídeo para os integrantes.

Adolescentes também eram chantageadas e constrangidas a se tornarem escravas sexuais dos líderes, que cometiam “estupros virtuais”, também transmitidos ao vivo pela internet. Durante o ato, as meninas eram xingadas, humilhadas e obrigadas a se automutilar.

As vítimas, de várias regiões do Brasil, eram escolhidas na própria plataforma, seja por meio de perfis abertos nas redes sociais ou até indicadas por integrantes do grupo. Com dados pessoais das vítimas, os investigados iniciavam uma série de chantagens, afirmando que possuíam fotos comprometedoras que seriam divulgadas ou enviadas para os pais das mesmas.

Os autores também criavam grupos em aplicativo de mensagens para publicar vídeos e expor as vítimas dos “estupros virtuais”, numa prática conhecida como “exposed”.