ASCOM - Assessoria de Comunicação
18/06/2024 16h13 - Atualizado em 18/06/2024 16h13
Agentes do Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI) e do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, realizaram a “Operação Toque de Caixa”, nesta terça-feira (18/06), contra uma organização criminosa montada dentro de Prefeitura de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, acusada de desviar recursos dos cofres públicos municipais por meio obras fantasmas.
Durante a ação, os agentes cumpriram um mandado de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro e Maricá, na Região Metropolitana; Arraial do Cabo, na Região dos Lagos; Itaperuna e São José de Ubá; no Noroeste Fluminense, além de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais. As equipes também apreenderam máquinas de contar dinheiro, aparelhos de telefone celular, equipamentos eletrônicos, notas fiscais e documentos. Os bens dos investigados também foram bloqueados.
Ao todo, 19 pessoas foram denunciadas. Entre os alvos estão um empresário (atualmente pré-candidato a vereador); o ex-vice-prefeito; ex-secretários de Saúde e de Obras e outros servidores. As investigações foram realizadas com apoio do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) da Polícia Civil.
Segundo o DGPI, duas empresas de fachada usadas no esquema (uma delas em nome de um “laranja”) pertencem a um homem que, antes de abrir as firmas, atuava na Bolívia e no Paraguai como negociador internacional de drogas do Comando Vermelho, na quadrilha de um dos maiores traficantes da comunidade da Rocinha, preso em 2011.
Ainda de acordo com as investigações, durante o mandato do ex-prefeito de Arraial do Cabo, essas duas empresas firmaram acima de 30 contratos e receberam mais de R$ 6 milhões, entre 2018 e 2020. A maior parte do valor foi repassada “a toque de caixa”, ou seja, às pressas, no dia 24 de dezembro de 2020, a apenas uma semana da então gestão deixar a administração municipal.
Somente em duas obras, a quadrilha desviou mais de R$ 2,1 milhões. Na construção de um posto de saúde, por exemplo, a Prefeitura de Arraial do Cabo pagou o equivalente a quase 50% do empreendimento, apesar de terem sido executados apenas 2,5% dos serviços. Em outra obra, também de um posto de saúde, a administração municipal pagou o equivalente a 99% da obra, embora estivesse em fase estrutural, com menos da metade executada.